José
Cavalcanti Mundim nasceu em 28/06/1921 em Estrela do
Sul, Triângulo Mineiro, em uma família
muito pobre, com 15 irmãos. Seu pai, Armando
Mundim, era telegrafista e tinha dificuldades para alimentar
sua numerosa família, então mudou-se para
Araguari, também no Triângulo Mineiro,
que era uma cidade maior e com mais ofertas de emprego.
Nesta cidade José terminou o segundo grau no
Colégio Regina Pacis, único diploma escolar
de sua vida.
Sendo
o filho mais novo, José precisou começar
a trabalhar cedo e trabalhar muito para ajudar seus
pais, aos quinze anos ele começou a acompanhar
seu pai no emprego, nos Correios, para aprender telegrafia
e aos dezesseis anos já tinha três empregos:
locutor de rádio, bancário e telegrafista.
Ele acordava muito cedo, geralmente sem tomar café
da manhã e corria para a rádio, onde
trabalhava como locutor até a hora do almoço.
Depois do almoço ele corria para o Banco de
Crédito Real de Minas Gerais S/A, onde trabalhava
no cadastro até a hora do jantar. Após
o jantar ele corria até os Correios onde trabalhava
como telegrafista e de lá só saía
quando todos os telegramas tinham sido recebidos e
transmitidos, geralmente após a meia noite.
Foi um exemplo de caráter e dignidade.
Em
1946 surgiu a oportunidade de conseguir a vaga de
gerente na pequena agência de Ipameri, Goiás.
José empenhou-se e conseguiu a vaga, transformando
a pequena agência na décima agência
do banco em depósitos. Ele não fazia
apenas o necessário, ia sempre muito além
do dever, destacando-se entre os gerentes do banco
pelos extraordinários resultados que conseguia.
Em 1956, já casado com Dona Maria Geralda Costa
Mundim e com dois filhos, Lupércio e Marizete,
José tanto trabalhou que foi promovido para
a gerência da nova Capital do Estado: Goiânia.
Esta agência era a vigésima-sexta agência
do banco e, em cinco anos, ele a colocou no segundo
lugar, atrás apenas da sucursal do Rio de Janeiro,
a mais importante agência do banco. Este feito
fez com que, em 1959, ele fosse promovido para a gerência
de Copacabana, a mais disputada agência do banco.
Foi
uma ascenção vertiginosa que o colocou
como um dos gerentes mais importantes do banco, com
acesso direto à presidência e diretoria
da empresa. Quando assumiu Copacabana esta era a décima
agência do banco e em seis meses tornou-se a
segunda agência, atrás da sempre poderosa
sucursal do Rio de Janeiro. Mas José era uma
pessoa simples e não era ambicioso, não
queria deixar de ser gerente para ser diretor, apesar
do convite recebido.
Assim sendo, em 1969 solicitou para retornar a Goiânia,
visto que a agência estava ameaçada de
fechamento e que em Goiânia estaria mais próximo
de sua família. Em dois meses de trabalho a
agência de Goiânia já tinha deixado
a agência de Copacapana para trás, um
desempenho que despertou muita inveja. Sua agência
foi inspecionada inúmeras vezes por equipes
de inspetores do banco (geralmente era só um),
mas nunca encontraram nada que o desabonasse, porque
José tinha a honra e a honestidade como bandeiras
e jamais cometeria ou deixaria que cometessem qualquer
irregularidade nas agências em que trabalhou.
Em
1978 aposentou-se devido a um violento infarto, que
o afastou de sua profissão, foram trinta e
sete anos de dedicação e honradez. Seu
talento era reconhecido por outros bancos, que o convidaram
para assumir a gerência de suas agências
em Goiânia, mas o infarto o impediria de voltar
a trabalhar.
Depois
de algum tempo inativo ele abriu a Dinâmica
Imóveis, em sociedade com um amigo de banco,
esta imobiliária funcionou por mais de oito
anos e ficou conhecida por nunca ter causado um centavo
de prejuízo a seus clientes. Em 1986 ele fechou
a imobiliária por não ter mais condições
de trabalhar, devido a outros dois infartos que sofrera.
Até recentemente os funcionários da
imobiliária ainda o procuravam para bater um
papo e pedir conselhos.
José
Cavalcanti Mundim faleceu em 19 de dezembro de 2007
no Hospital do Coração em São
Paulo, onde foi fazer uma pequena cirurgia, devido
a insuficiência respiratória. Seu velório
e enterro ocorreram no Cemitério Jardim das
Palmeiras, em Goiânia, em 20 de dezembro. Deus
o chamou por um único motivo:
Missão
Cumprida!
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