PRECONCEITO
Quando pergunto para qualquer pessoa se ela
é preconceituosa, a resposta é automática
e sempre negativa, ninguém admite ter qualquer espécie
de preconceito contra quem quer que seja. Então faço
um teste cuja conclusão, infelizmente, quase sempre
aponta para a existência de algum tipo de discriminação
pessoal.
Se a pessoa testada for branca, pergunto se aprovaria que
seu filho se casasse com uma moça negra. Se for muçulmana
questiono se aceitaria que sua filha se casasse com um católico.
Se for pai indago se apoiaria seu filho caso ele optasse pelo
homossexualismo. Todos temos nossas "resistências"
a certos "tipos" de pessoas.
Mas todos somos iguais perante a lei, não importa a
cor de nossa pele, nossa religião ou nossa opção
sexual. Não temos o direito de considerar alguém
inferior apenas porque não é igual a nós.
Infelizmente o preconceito, apesar de quase sempre negado,
está presente em todos nós e por isto mesmo
devemos combatê-lo.
O que mais me surpreende com relação ao preconceito
é ver alguém que é discriminado, como
um negro, discriminando outra pessoa, como um judeu, chega
a ser um absurdo. Na minha opinião os que sofrem com
o preconceito deveriam ser os primeiros a se livrarem dele,
mas alguns agem dessa forma como que a descontarem em alguém
o que estão sofrendo para, assim, diminuírem
a sua dor.
Livremo-nos da discriminação de qualquer espécie,
quando expomos um preconceito contra alguém, na verdade
os inferiores estamos sendo nós, reflitamos a respeito.
Esse é um sentimento inferior, como o ódio,
a inveja e a cobiça e as pessoas que se dedicam a nutrí-los
podem ser consideradas inferiores àquelas que se dedicam
ao amor, à fraternidade e à união. Sejamos
superiores de fato!
A primeira decisão a tomar em nossa luta é entender
que a palavra preconceito significa fazer um pré-conceito
de alguém, ou seja, julgar alguém antes de conhecê-lo
realmente. Essa atitude demonstra ignorância, pois como
poderíamos definir uma pessoa antes de conhecê-la,
antes de saber quem ela é realmente?
A segunda providência que devemos tomar para mudarmos
esse comportamento é aceitarmos todos os seres humanos
como irmãos perante Deus e, portanto, com os mesmos
direitos que nós. Se considerarmos todos os seres humanos
como iguais, não poderemos ser preconceituosos, não
importa que características especiais ele possua.
Finalmente devemos nos livrar de certas definições
preconceituosas, que gostamos de negar, mas que as conhecemos
e aceitamos, sem refletir, desde a nossa infância. São
conceitos terríveis como o que diz que todos os negros
possuem um odor desagradável, que todos os judeus são
ávaros, que todos os árabes são terroristas
ou que todos os portuguêses são burros. São
mentiras que aceitamos automaticamente e que ferem o direito
de igualdade de todos os seres humanos. Livremo-nos dessa
herança cruel, dessa opção desumana e,
assim, seremos todos mais felizes.
Lupércio Mundim