SALA DO POETA DEMÓSTENES CRISTINO

VERSOS ÍNTIMOS I (1929)

Quis o destino, um dia, que eu te visse,
e quis que entre nós dois - eternamente -
um grande amor florisse...

E foi grande... e floriu o nosso amor! Depois...
depois, esse destino mesmo, irreverente,
                    ruim,

ah! talvez com inveja de nós dois,
                    arrebatou-te de mim!
Hoje, nos aguilhões de uma saudade infinda,
às vezes, fecho os olhos e te vejo
                    tão linda

como no dia em que trocamos
                    o nosso primeiro beijo...

E assim como na tela de um cinema,
vejo todos os quadros que filmamos,
                    todo nosso poema,

Vejo também o quarto que foi nosso,
                    agora tão triste e desolado!...
E confrangida por acerba dor,
minh'alma, de joelhos, quase chora,
revendo aquele ninho abandonado,
aquele mesmo ninho em que floriu, outrora,
o meu... o teu... o nosso grande amor!



Autor: Demóstenes Cristino
Todos os direitos reservados



Webdesigner
Poetic Soul Counters
Topsites