Quando eu era um Petiz
No seio materno, saciei a fome
Da carência orgânica e calor humano.
Do colo de minha mãe, eu não me engano,
Comecei a ter Deus e a tudo em Seu nome.
Via em meu pai o maior homem do mundo,
Sentia-me forte em sua companhia.
Igual a ele, esperava ter, um dia,
Veio moral inesgotável, fecundo.
Mas a infância se foi e meus pais também...
O povo tateia entre a paz e o insulto!
Não sei se agora compensa ser adulto,
Detido em minha própria casa, um refém.
Ganhei na vida mas perdi na vivência,
Nada se compara à minha meninice.
Assim como um poeta certa vez disse,
A idade adulta tirou-me a independência.
Quando eu era um petiz, vivi a bonança
Do sorriso do amigo, do amor dos pais.
Da vida segura, que terei jamais...
Quem dera eu voltar aos tempos de criança!
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