Barcos
Largados sobre a areia sem um norte,
Ardem ao sol. Em noite enluarada
Desprendem do seu casco apaixonada
Vontade de viajar sem passaporte.
Cada um é uma estátua ensimesmada
Olhando o infinito atrás de sorte,
De peixe e vento, relembrando a morte
À espreita em cada vaga disfarçada.
Tão tristes barcos, sôfregos de mar,
Remos ao largo, vivem imaginando
Em vez da areia, as ondas no alto-mar...
Barcos que anseiam água... e nós ansiando
Ávidos barcos para em nós salvar
Sonhos perdidos, quase se afogando...
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